Averróis acreditava que a metafísica seria puramente uma ciência das coisas imateriais, de Deus e dos outros motores das esferas celestes. Mas para ele, como nenhuma ciência poderia provar a existência de seu assunto, Deus seria o assunto da metafísica, no entanto, a sua existência só poderia ser provada na física, pois “[...] nenhum tipo de substância separada pode ser provada como existente, a não ser através do movimento, o qual pertence a física […].”
Dessa forma, a investigação da existência de Deus se daria a partir de um procedimento aristotélico partindo “[…] das coisas sublunares, indo destas para os movimentos eternamente constantes das esferas celestes que as governam, e destes movimentos a seus motores, dos quais o primeiro de todos é Deus [...]”.
Para provar a existência de Deus sem desistir de sustentar a eternidade do mundo, Averróis resgatou uma parte do argumento de Avicena para responder também as críticas de Algazel. Assim, em sua obra “Tahafut al tahafut”, Averróis comenta:
Resumidamente: se algo é verdadeiramente contingente, então esse algo é capaz de existir e de não existir. Se todas as coisas sublunares são contingentes, então em algum tempo elas não existiram. Se elas então existem agora, é por que elas passaram a existir através de uma outra coisa já existente. Assim nem todas as coisas são contingentes. Deve então existir algo que é necessário incausado que seja a causa necessária das outras coisas. E essa causa chama-se Deus.
Referência: MENN, Stephen P. Metafísica: Deus e ser. IN: A.S. MCGRADE (org.). Filosofia Medieval. Aparecida, São Paulo. Ideias e Letras, 2008. p.179-206.
Dessa forma, a investigação da existência de Deus se daria a partir de um procedimento aristotélico partindo “[…] das coisas sublunares, indo destas para os movimentos eternamente constantes das esferas celestes que as governam, e destes movimentos a seus motores, dos quais o primeiro de todos é Deus [...]”.
Para provar a existência de Deus sem desistir de sustentar a eternidade do mundo, Averróis resgatou uma parte do argumento de Avicena para responder também as críticas de Algazel. Assim, em sua obra “Tahafut al tahafut”, Averróis comenta:
“[...] Entes contingentes devem ter causas que os precedem, e se estas forem novamente contingentes, segue-se que elas tem causas e que há um regresso infinito, e se há um regresso infinito não há causa, e o contingente existirá sem causa, o que é impossível. Logo, a série deve terminar em uma causa necessária, e essa causa necessária deve ser necessária graças a uma outra causa, ou sem uma causa; se o for graças a uma causa, essa causa deve ter uma causa, e assim ao infinito; e se tivermos aqui um regresso infinito, segue-se que o que foi assumido como tendo uma causa não tem causa, o que é impossível. Logo, a série deve terminar em uma causa necessária, a qual é necessária sem uma causa, isto é necessária por si mesma, e este deve ser o ente necessário. [...]”Com isso, Averróis propõe a ideia de um ente necessário incausado ou necessário em si mesmo. Ainda assim, para demonstrar esse argumento, devemos partir do que seja “verdadeiramente contingente”. Para ele, algo verdadeiramente contingente é algo que não existira sempre, no caso, as coisas sublunares.
Resumidamente: se algo é verdadeiramente contingente, então esse algo é capaz de existir e de não existir. Se todas as coisas sublunares são contingentes, então em algum tempo elas não existiram. Se elas então existem agora, é por que elas passaram a existir através de uma outra coisa já existente. Assim nem todas as coisas são contingentes. Deve então existir algo que é necessário incausado que seja a causa necessária das outras coisas. E essa causa chama-se Deus.
Referência: MENN, Stephen P. Metafísica: Deus e ser. IN: A.S. MCGRADE (org.). Filosofia Medieval. Aparecida, São Paulo. Ideias e Letras, 2008. p.179-206.