Como sabemos, Averróis pretendia resgatar o pensamento autêntico de Aristóteles, e quando o pensamento deste parecia obscuro, Averróis algumas vezes estabelecia suas próprias doutrinas. Acredita-se que parte dessa originalidade de Averróis tenha de alguma forma a presença do neoplatonismo
Delimitando os elementos neoplatônicos em relação à teoria de Aristóteles, pode-se ver um ou outro comentário ou tratamento integrando-se a chamada “Teologia aristotélica”. Não só o neoplatonismo, mas outras doutrinas também foram identificados por ele no aristotelismo. Mesmo assim, é possível ver que há um certo neoplatonismo em seus comentários, tendo em vista também o fato de que, como ele não conhecia a língua grega e nem a língua siríaca, seus comentários se basearam em traduções árabes que podem ser sido realizadas também pelo prisma dos comentadores neoplatônicos.
Sua originalidade pode ser percebida muito bem no “Tahafut al-tahafut” (Incoerência da incoerência), onde, além de defender o pensamento aristotélico, critica os comentadores que o antecederam, tornando esta uma obra mestra em sua filosofia.
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
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