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Filosofia no Islã Medieval

Um pouco da vida de Averróis

     Abu Al-Walid Muhammad Ibn Ahmad Ibn Rusd, mais conhecido no mundo cristão como Averróis, nasceu na cidade de Córdoba, na atual Espanha, por volta de 1126 no calendário gregoriano (520 no calendário islâmico). Foi o mais ocidental dos filósofos árabes.
Averróis ou Ibn Rush descendeu de uma importante família de sábios e juristas eminentes, seguindo a mesma trajetória de seus antepassados, formando-se primeiramente em direito islâmico. Estudou ainda filosofia, medicina, astronomia, teologia, matemática e outras ciências de sua época.
     Em 1169 a.C, depois de conhecer o então emir Abu Yaqub Yusuf, mais conhecido como Yusuf I, seu amigo Ibn Tufail o incentiva a se aprofundar nos textos de Aristóteles para comentá-los e os tornar mais acessível aos homens. Com isso, aproximadamente entre 1169 a 1180, Averróis escreveu cerca de cinco comentários sobre obras de Aristóteles e mais uma paráfrase sobre a obra “Almagesto” de Ptolomeu.
     Em 1182, o emir Yusuf I o chama no Marrocos e o nomeia como seu médico no lugar de Ibn Tufail, e também como Qadi al-qudab (juiz dos juízes) de Córdoba. Com a morte do emir Yusuf I em 1184 e a ascensão ao trono de seu filho Al-Mansur, nada muda de imediato com Averróis que passa a ser amigo do novo emir, conquistando sua confiança e prestígio.
A partir de 1195, Averróis começa a sofrer fortes pressões, principalmente dos doutores da lei, levando-o a desgraça. Chegou a ser expulso com seu filho de uma mesquita em Córdoba, recebeu injúrias por parte dos teólogos, como também da população. Até mesmo Al-Mansur teve que lhe retirar a proteção antes confiada.
     Foi acusado de preconizar a filosofia antiga em detrimento da religião mulçumana. Seus adversários chegavam a procurar em seus escritos, passagens que pudessem indicar que ele se afastou do Alcorão. Foi perseguido também por sua atuação quanto juiz.
     Numa assembléia de juristas, reunida por Al-Mansur, Averróis foi condenado como extraviado do bom caminho da religião islâmica. Por ordem de Al-Mansur, seus livros e todos os outros livros de lógica e filosofia das livrarias e de particulares foram queimados. O ensino de filosofia e ciência foi proibido. Averróis e outros estudantes foram exilados em Lucena, uma cidade ao sul de Córdoba.
     Pouco tempo depois os notáveis de Sevilha pleitearam a favor de Averróis, que foi liberto do exílio e perdoado por Al-Mansur, que o readmitiu à suas atividades de médico e juiz. Averróis então seguiu para o Marrocos, mas acabou falecendo na cidade marroquina de Marrakesh em 1198 no calendário gregoriano (595 no calendário islâmico). Três meses depois seus restos mortais foram transferidos para o túmulo de sua família em Córdoba.

Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
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Marcadores: aristóteles, averroes, averróis, comenta averróis, falsafa, filosofia árabe, filosofia islâmica, filosofia medieval, ibn ruchd, ibn rusd, ibn rushd, o comentador, trabalho acadêmico, ufpi, vida

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Averróis ou Ibn Rusd (Abu Al-Walid Muhammad Ibn Ahmad Ibn Rusd) (1126-1198) é um dos mais importantes filósofos islâmicos medievais. Estudou além de filosofia, medicina, direito islâmico, astronomia, teologia, matemática e outras ciências. Ficou conhecido por seus comentários a cerca da filosofia aristotélica travando importantes debates com Avicena, Algazel e Alfarabi. Este blog é um trabalho acadêmico desenvolvido pelos alunos Francisco Iran e Franklin Ferreira do curso de Licenciatura em Filosofia da UFPI.
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