Averróis realizou também críticas quanto a questão da emanação de Avicena e Alfarabi e a questão da criação de Algazel.
Para ele, tanto filósofos quanto teólogos aceitam a ideia de que há três modos de ser: dois extremos e um intermediário. No primeiro extremo estaria a matéria, que é causada e foi precedida pelo tempo. No outro extremo está Deus que não é causado, precede o tempo e dá existência as coisas. O ser intermediário seria o mundo em seu conjunto. Os teólogos dizem que o mundo teria um passado finito. Os filósofos dizem esse passado seria infinito.
Averróis discorda do argumento dos teólogos e de Algazel quanto a criação do mundo por Deus a partir do nada. Para ele, isso seria argumentar que a idade do mundo seria limitada no tempo e que uma tempo passado infinito seria impossível. Além disso, para ele há uma incompatibilidade com o próprio conceito de divindade, pois seria impossível a vontade divina ter tido que esperar para criar no tempo, como se estivesse condicionada por algo extrínseco.
Averróis ainda afirma que na Lei do Alcorão não diz em nenhum momento que Deus teria existido com o puro nada. No Alcorão, no entanto, há várias passagens afirmando que a própria existência e o tempo perduram em relação aos dois extremos. Para ele, um tempo passado infinito é sim possível ao invés de um puro nada existindo antes do mundo. Basta admitir que o mundo não possa existir por si mesmo sem que Deus o sustente e o faça existir por toda a eternidade.
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
Para ele, tanto filósofos quanto teólogos aceitam a ideia de que há três modos de ser: dois extremos e um intermediário. No primeiro extremo estaria a matéria, que é causada e foi precedida pelo tempo. No outro extremo está Deus que não é causado, precede o tempo e dá existência as coisas. O ser intermediário seria o mundo em seu conjunto. Os teólogos dizem que o mundo teria um passado finito. Os filósofos dizem esse passado seria infinito.
Averróis discorda do argumento dos teólogos e de Algazel quanto a criação do mundo por Deus a partir do nada. Para ele, isso seria argumentar que a idade do mundo seria limitada no tempo e que uma tempo passado infinito seria impossível. Além disso, para ele há uma incompatibilidade com o próprio conceito de divindade, pois seria impossível a vontade divina ter tido que esperar para criar no tempo, como se estivesse condicionada por algo extrínseco.
Averróis ainda afirma que na Lei do Alcorão não diz em nenhum momento que Deus teria existido com o puro nada. No Alcorão, no entanto, há várias passagens afirmando que a própria existência e o tempo perduram em relação aos dois extremos. Para ele, um tempo passado infinito é sim possível ao invés de um puro nada existindo antes do mundo. Basta admitir que o mundo não possa existir por si mesmo sem que Deus o sustente e o faça existir por toda a eternidade.
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
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