Aceitar a ideia de que Averróis ficou mais do lado da filosofia, ou mais do lado da religião, é tentar ignorar suas incessantes tentativas de conciliá-las. Podemos ver que muitas foram as vezes que ele tirou conclusões racionais até as últimas consequências e ao mesmo tempo aceitou a ideia de existir verdades que só a revelação poderia oferecer.
É através desses dois modos de apresentar a verdade que Averróis desenvolveu seu trabalho, mostrando “[…] que a busca da demonstração pode ir ao encontro da própria revelação […]”. Como diz em uma passagem do Alcorão:
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
É através desses dois modos de apresentar a verdade que Averróis desenvolveu seu trabalho, mostrando “[…] que a busca da demonstração pode ir ao encontro da própria revelação […]”. Como diz em uma passagem do Alcorão:
“[…] os enviamos com as evidências e os livros. E a ti revelamos a mensagem para que esclareças os humanos, conforme o que foi revelado, a fim de que meditem […]”Entretanto, suas tentativas de apresentar a verdade através da revelação e da demonstração como uma só, ao entrarem em contato principalmente com o mundo cristão, foram de certa forma mal interpretados. Isso levou a acreditar que ele havia descrito duas verdades distintas (a filosófica e a religiosa), causando um bombardeio de ataques dos teólogos. Hoje, Averróis é visto como uma das figuras mais injustiçadas, não só no campo da filosofia, mas também no campo pessoal.
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
1 comentários:
O trecho é um tanto obscuro, como a verdade filosófica e teológica em Averróis convergem para a mesma verdade que é a verdade de Deus, mas entretanto só através da revelação certas coisas podem ser interpretadas? Bem, se considerarmos estas premissas é bem excusável Averróis ter sido "mal interpretado", já que, afinal há uma contradição patente entre assumir que as duas atividades focam-se na mesma coisa mas que apenas a partir de uma pode-se chegar ao conhecimento, a saber, o teológico.
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