Em seus estudos, Averróis constatou que os textos religiosos possuíam dois sentidos básicos de compreensão: o primeiro seria o sentido literal ou sentido exotérico que seriam as figuras que representariam as coisas significativas; e o segundo seria o sentido oculto ou esotérico que seriam as coisas significativas.
Averróis percebeu que, se só há dois sentidos básicos de compreensão, então o primeiro sentido seria apreendido pela primeira classe de homens (a grande massa) e o segundo sentido pela terceira classe (filósofos). Assim a segunda classe (dos teólogos) seria desnecessária para as outras classes, pois serviriam apenas para semear a discórdia no Islã, visto que não apreendem o sentido correto das coisas por estarem presos aos dogmas. Assim, seria apenas necessário existir duas classes, a dos ignorantes e dos sábios, cabendo aos filósofos a tarefa de formular as interpretações justas que a fé verdadeira exige.
A Lei Divina só seria então acessível a todos os homens, tendo em vista que, ela precisaria possuir os três tipos de argumentação: demonstrativa, dialética e oratória. Assim, para alcançar o maior número de simpatizantes, os métodos utilizados pela Lei Divina deveriam ser de concepção e assentimento comum da maioria das pessoas. Mas, caso haja a necessidade de interpretação, a verdade só seria alcançada pela demonstração por meio do silogismo.
O uso dos métodos da filosofia conduziriam então a uma afirmação da revelação da Lei Divina. Quando a demonstração e a revelação levavam a mesma resposta não haveria portanto problemas, mas, se elas levavam a respostas diferentes, o ocorria era apenas uma desacordo entre os dois sentidos (exotérico e esotérico). Neste caso, bastava o filósofo recorrer a hermenêutica segundo os princípios da demonstração.
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
Averróis percebeu que, se só há dois sentidos básicos de compreensão, então o primeiro sentido seria apreendido pela primeira classe de homens (a grande massa) e o segundo sentido pela terceira classe (filósofos). Assim a segunda classe (dos teólogos) seria desnecessária para as outras classes, pois serviriam apenas para semear a discórdia no Islã, visto que não apreendem o sentido correto das coisas por estarem presos aos dogmas. Assim, seria apenas necessário existir duas classes, a dos ignorantes e dos sábios, cabendo aos filósofos a tarefa de formular as interpretações justas que a fé verdadeira exige.
A Lei Divina só seria então acessível a todos os homens, tendo em vista que, ela precisaria possuir os três tipos de argumentação: demonstrativa, dialética e oratória. Assim, para alcançar o maior número de simpatizantes, os métodos utilizados pela Lei Divina deveriam ser de concepção e assentimento comum da maioria das pessoas. Mas, caso haja a necessidade de interpretação, a verdade só seria alcançada pela demonstração por meio do silogismo.
O uso dos métodos da filosofia conduziriam então a uma afirmação da revelação da Lei Divina. Quando a demonstração e a revelação levavam a mesma resposta não haveria portanto problemas, mas, se elas levavam a respostas diferentes, o ocorria era apenas uma desacordo entre os dois sentidos (exotérico e esotérico). Neste caso, bastava o filósofo recorrer a hermenêutica segundo os princípios da demonstração.
Referência: Ibn Rusd, o reformador. IN: ATTIE FILHO, Miguel. Falsafa: a filosofia entre os árabes: uma herança esquecida. São Paulo: Palas Athena, 2002, p. 300-332.
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